segunda-feira, 6 de maio de 2013

CONTINUAÇÃO DA MENSAGEM ANTERIOR

Na última mensagem que aqui publiquei e a que dei o titulo de: "Eu pecador me confesso" contei os meus encontros e desencontros com alguns dignitários da Igreja Católica, não disse com quem foram os desencontros apenas referi o nome com a foto do Padre Francisco no meu Casamento, mas com esse não foi desencontro, antes encontro fraterno, mas hoje como volto a falar do assunto devo por falar dum outro Padre, hoje Ex-Padre, Morais de seu nome, que em momento muito complicado da minha vida me terá lançado a corda para sair do buraco onde tinha caído, não foi salvamento Divino, antes Humano.

Mas o que me levou a voltar a escrever sobre o assunto foi eu ter ontem passado num local onde aí sim, tive um desencontro com um Clérigo, que podia ter terminado mal (para mim) estávamos no ano da graça de 1973, e o meu trabalho ao tempo era reparar ou substituir toda a iluminação Pública  do Concelho de Oeiras e ainda Queluz e Cacém do Concelho de Sintra, para executar essa tarefa tinha um ajudante, todos os dias de manhã ia receber ao Despacho da C.R.G.E. em Oeiras a lista dos trabalhos que tinha que executar, trabalhava para um empreiteiro que tinha este contrato com a Companhia de Electricidade que recebia determinada quantia por cada candeeiro reparado, o material era fornecido pela própria companhia C.R.G.E. hoje E.D.P.


Junto ao Santuário da Senhora da Rocha em Linda-a-Pastora, havia nesse tempo um Bairro de Barracas e a rapaziada aí residente ia-se entretendo a dar tiros ou pedradas nos candeeiros partindo as lâmpadas, o Padre do Santuário que já conhecia o carro eu eu andava há légua, quando me via passar na estrada lá estava ele a fazer-me sinal de paragem, ora eu só podia pelos motivos óbvios reparar aquilo que a C.R.G.E. queria que se reparasse, mas o Homem era tão dócil a pedir, que eu mesmo contrariando aquilo que era a minha obrigação, lá substituía ou reparava o, ou os candeeiros avariados, em suma era uma simpatia o Senhor, tinha uma maneira tão simpática que eu não era capaz de negar os seus pedidos, eu, pobre pecador sempre com medo dos infernos, não podia negar a um Homem de Deus pedidos desta natureza.

Um certo dia fui lá reparar uma avaria que me tinha sido transmitida em Oeiras, fiz a reparação e o Padre não me viu, aproveitei que o Rio Jamor passa lá ao fundo do Santuário, pedi ao meu ajudante que descesse ao rio e eu fiquei cá em cima a receber uns baldes de água que ele me passava para lavar a cabine da Camioneta, de repente vem uma Srª (a Governanta do Padre) ao varandim junto ao Santuário e começa a gritar cá para baixo que o Padre não quer que lavem ali carros, faço ouvidos de mercador, ela como não obteve o resultado desejado lá foi dizer ao Padre que eu não lhe estava a obedecer, e a seguir vem ele, ora no momento em ele começa com o mesma lenga, lenga da Velha, eu até pensei que estava a sonhar.

 
Eu ainda pestanejei, e disse cá para comigo, o gajo não me esta a reconhecer, mas então e o carro que ele reconhece há légua quando precisa de mim? Então só me reconhece para me fazer pedidos? Passou-me uma coisa pelos miolos, mandei o meu ajudante subir, meti o carro de marcha atrás a subir a rampa para não perder tempo a fazer a inversão de marcha, larguei o carro e dei-lhe uma corrida daquelas, a sorte dele é que a habitação que lhe estava distribuída (e que aqui mostro) era logo ali, caso contrário tinha ido ao banho, trancou-se em casa e não atendeu o meu pedido de sair cá fora para me explicar a proibição de tirar uns baldes de água do rio para lavar a cabine da camioneta, então este grande sacana que anda a toda a hora a pedir-me para lhe dar luz, que até posso sofrer as consequências de ter de pagar as lâmpadas, e agora endoidou ou quê?
Quando acalmei, fui direito ao escritório da firma onde trabalhava em Lisboa e contei ao patrão (que descanse em Paz) o sucedido, de certeza que o Padre ia fazer queixa á P.I.D.E. e eu estava lixado, pois já estava marcado pelos gajos, ele acalmou-me dizendo que se fosse necessário também tinha conhecimentos para me safar, felizmente que não aconteceu nada, entretanto dá-se o 25 de Abril de 1974, e as paredes da estrada e do próprio Santuário apareceram pintadas a pedir o afastamento do Padre, sinal que não foi só comigo que não se portou á altura.
 

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