quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Estamos Condenados?


Tempo de minhocas e de filhos de meretriz

"O dia deu em chuvoso", escreveu Álvaro de Campos. Num tempo soturno, melancólico, deprimente. "Tempo de solidão e de incerteza / Tempo de medo e tempo de traição / Tempo de injustiça e de vileza / Tempo de negação", diria Sophia de Mello Breyner. Tempo de minhocas e de filhos da puta, digo eu. Entendendo-se a expressão como uma metáfora grosseira utilizada no sentido de maldizer alguém ou alguma coisa, acepção veiculada pelo Dicionário da Academia e assente na jurisprudência emanada dos meritíssimos juízes desembargadores do Supremo Tribunal da Justiça. Um reino de filhos da puta é assim uma excelente metáfora de um país chamado Portugal. Que remunera vitaliciamente uma "sinistra matilha" de ex-políticos, quando tudo ou quase tudo à nossa volta se desagrega a caminho de uma miséria colectiva irreversível.

Carlos Melancia, ex-governador de Macau, empresário da indústria hoteleira, personificou o primeiro julgamento por corrupção no pós 25 de Abril. Recebe, actualmente, 9500€ mensais; Dias Loureiro, um "quadrilheiro" do círculo político de Cavaco, ex-gestor da SLN, detentora do BPN, embolsa vitaliciamente 1700€ cada mês; Joaquim Ferreira do Amaral, membro actual da administração da Lusoponte com a qual negociou em nome do governo de Cavaco Silva, abicha 3000 €; Armando Vara, o amigo do sucateiro Godinho que lhe oferecia caixas de robalos e ex-administrador da Caixa Geral de Depósitos, enfarda nada mais nada menos que 2000€; Duarte Lima, outro dos "quadrilheiros" do círculo político cavaquista, acusado pela justiça brasileira do assassinato de uma senhora para lhe sacar uns milhões de euros, advogado na área de gestão de fortunas, alambaza-se mensalmente com 2200€; Zita Seabra, que transitou do PCP para o PSD com a desfaçatez oportunista dos vira-casacas, actual presidente da Administração da Alêtheia Editores, açambarca 3000€… E muitos, muitos outros, que os caracteres a que este espaço me obriga, me forçam a deixar de referir.

Quero, no entanto, relevar um deles – Ângelo Correia, o famoso ministro do tempo da chamada "insurreição dos pregos", actual gestor e criador de Passos Coelho que, nesta democracia de merda, chegou a primeiro-ministro "sem saber ler nem escrever"! Pois Ângelo Correia recebe 2200€ mensais de subvenção vitalícia! E valerá a pena recuperar o que disse este homem ao Correio da Manhã em 14 de Junho de 2010: "A terminologia político-sindical proclama a existência de „direitos adquiridos‟ (…) Ora, numa democracia, „adquiridos‟ são os direitos à vida, à liberdade de pensamento, acção, deslocação, escolha

de profissão, organização política (…) Continuarmos a insistir em direitos adquiridos intocáveis é condenar muitos de nós a não os termos no futuro." Ora, perante a eventual supressão da acumulação da referida subvenção vitalícia com vencimentos privados, o mesmo Ângelo Correia disse à RTP em 24 de Outubro de 2011: "Os direitos que nós temos (os políticos subvencionados) são direitos adquiridos"! Querem melhor? Pois bem. Este é o paradigma do "filho da puta" criador. Porque, depois, há o "filho da puta" criatura. Chama-se Passos Coelho. Ei-lo em todo o seu esplendor, afirmando em Julho de 2010: "Nós não olhamos para as classes médias a partir dos 1000€, dizendo: aqui estão os ricos de Portugal. Que paguem a crise". E em Agosto de 2010: "É nossa convicção não fazer mais nenhum aumento de imposto. Nem directo nem encapotado. Do nosso lado, não contem para mais impostos". Em Março de 2011: "Já ouvi o primeiro-ministro (José Sócrates) a querer acabar com muitas coisas e até com o 13.º mês e isso é um disparate". Ainda em Março de 2011: "O que o país precisa para superar esta crise não é de mais austeridade". Em Junho de 2011: "Eu não quero ser o primeiro-ministro para dar emprego ao PSD. Eu não quero ser o primeiro-ministro para proteger os ricos em Portugal". Perante isto, há que dizer que pior que um "filho da puta", só um "filho da puta" aldrabão. Ora, José Sócrates era um mentiroso compulsivo. Disse-o aqui vezes sem conta. Mas fazia-o com convicção e até, reconheço, com alguma coragem. Este sacripanta de nome Coelho, não. É manhoso, sonso, cobarde. Refira-se apenas uma citação mais, proferida pelo mesmo "láparo", em Dezembro de 2010. Disse ele: "Nós não dizemos hoje uma coisa e amanhã outra (…) Nós precisamos de valorizar mais a palavra para que, quando é proferida, possamos acreditar nela". Querem melhor?

"O dia deu em chuvoso", escreveu Álvaro de Campos. É o "tempo dos coniventes sem cadastro / Tempo de silêncio e de mordaça / Tempo onde o sangue não tem rasto / Tempo de ameaça", disse Sophia. Tempo para minhocas e filhos da puta, digo eu. É o tempo do Portugal que temos.
Nota
Dada a exposição pública do jornal com esta crónica na última página, este título destina-se apenas a não ferir as sensibilidades mais puras. Ou mais púdicas.

Luís Manuel Cunha in Jornal de Barcelos de 02 de Novembro de 2011.


domingo, 17 de julho de 2011

É de loucos

Para não esquecer

No momento em que o País estende a mão á caridade, e que  o seu nome está pelas  ruas da amargura, era bom que não esquecêssemos alguns, dos principais protagonistas da roubalheira em que se transformou este rectângulo á beira mar plantado.


9 . 7 1 0 . 5 3 9 . 9 4 0 , 0 9 (NOVE-MIL-SETECENTOS-E-DEZ-MILHÕES-DE-EUROS)
CASO BPN: ESCÂNDALO E IMPUNIDADE
A burla cometida no BPN não tem precedentes na história de Portugal !!!
O montante do desvio atribuído a Oliveira e Costa, Luís Caprichoso, Francisco Sanches e Vaz Mascarenhas é algo de tão elevado, que só a sua comparação com coisas palpáveis nos pode dar uma ideia da sua grandeza.
Com 9.710.539.940,09 (NOVE MIL SETECENTOS E DEZ MILHÕES DE EUROS.....) poderíamos:
Comprar 48 aviões Airbus A380 (o maior avião comercial do mundo).
Comprar 16 plantéis de futebol iguais ao do Real Madrid.
Construir 7 TGV de Lisboa a Gaia.
Construir 5 pontes para travessia do Tejo.
Construir 3 aeroportos como o de Alcochete.
Para transportar os 9,7 MIL MILHÕES DE EUROS seriam necessárias 4.850 carrinhas de transporte de valores!
Assim, talvez já se perceba melhor o que está em causa.
Distribuído pelos 10 milhões de portugueses,
caberia a cada um cerca de 971 ? !!!
Que tamanho deveria ter a prisão para albergar esta gente?!


Pequenina, mesmo muito pequenina, tipo gaiola de galináceos







domingo, 26 de junho de 2011

Porto Salvo ao Abandono

Estou cansado de escrever sobre a falta de condições que as Pessoas que andam a pé, têm para o fazer na Freguesia de Porto salvo, isto aplica-se a esta Terra e também ás vizinhas: Vila Fria, Leião e Leceia, é uma vergonha para que tem vergonha na cara o que infelizmente não acontece com este Presidente da Junta que mais não tem feito que realizar a festa do Cavalo em P. Salvo, quanto a obras, ou limpeza, zero.

As ervas não são cortadas nas bermas das estradas, fazendo com que estas invadam a via e obrigando os caminhantes a andarem permanentemente em perigo de ser atropelados, porque passeios por aqui não há.
Entretanto das poucas vezes que o mato é cortado, ou as árvores podadas, fica esse mato em montes no local onde foi cortado.

Acontece até uma coisa criminosa, na única seara de trigo que há por estas bandas, situada na estrada que liga P. Salvo a Leião, o mato foi cortado e ficaram junto á seara os montes deste, que entretanto secou, ora qualquer descuido ou malvadez que incendeia essas montanhas de mato, lá vai a seara pró maneta, já não sei o que dizer, se o melhor é não cortar o mato ou cortá-lo, isto está entregue á bicharada.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Procissão de Vila Verde

Sábado estava na Terra, e por «pressão dos vizinhos» lá tive que ir comprar velas ao Cadaval para colocar junto á casa para não destoar da vizinhança, na passagem duma Procissão, que confesso não sei a que santo/a se referia.
Ao mesmo tempo aproveitei a passagem da Procissão para tirar uma fotografias para a posteridade, muito embora já passasse das onze da noite, hora a que normalmente me deito, aguentei firme até a mesma passar á minha porta,

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Vila Verde

Fui na Segunda-Feira á Terra, ontem Terça de manhã fui ao Cadaval e quando ía para pagar a gasolina dei por falta da carteira, sem esta não havia dinheiro para pagar,  a rapariga até me conhece há muito tempo, mas nem sequer sabe o meu nome, e como notei que estava desconfiada que eu podia não voltar lá pagar os 22 Euros, deixei a máquina fotográfica de depósito e fui ao Vilar ao Gonçalo pedir dinheiro para pagar a gasolina e também para ir comprar fruta .

Depois voltei á Terra para ver se encontrava a carteira mas nem sombra, vim para Porto Salvo e fui á Policia dar conhecimento da perda ou roubo não sei ao certo, até agora não tenho sinal dela, mas amanhã vou voltar á Terra para procurar melhor em casa, pode ser que esteja lá para algum canto, embora não tenha esperança nenhuma.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Lisboa - Oeiras

Umas fotografias de Lisboa, Rua do Coliseu, Marquês de Pombal visto do alto do Parque EduardoVII, e a entrada da Barra em frente ao Bugio e Paço de Arcos em dia de temporal no Mar.

Ainda uma Lua em pleno dia, e uma imagem do Prédio que em tempos considerei mamarracho, mas que agora começo a gostar, e que fica junto ao Oeiras Parque, e Quinta da Fonte

sábado, 19 de março de 2011

Dia do Pai



Já não te vejo há cinquenta anos, mas penso em ti todos os dias, há muitos anos que era para te ir fazer companhia, mas a coisa não resultou, e agora como já não estou longe, não vale a pena «forçar a barra» como dizem os Brasileiros, será qualquer dia.

sexta-feira, 11 de março de 2011

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Fim de Tarde em P. Salvo

Acabei  de  tirar  umas  fotografias  daqui  de  casa,  com  a  máquina  apontada  ao  horizonte,  e  com  o  Sol  a  esconder-se  por  detrás  da  nuvens,  outras  ainda  com  a  Serra  de  Sintra  ao  fundo,  e  como  me  pareceram  bonitas  aqui  vão.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

O Mar

Como  escrevi  ontem  no  outro  blog,  o  Mar  tem  sido  muito  mal  tratado,  em  todos  os  aspectos,  poluição,  e  ocupação  das  suas  margens  são  as  mais  conhecidas.

As  construções  continuam  a  apertá-lo  cada  vez  mais,  e  depois  ficam  muito  admirados  quando  ele  vem  ocupar  o  que  lhe  retiraram,  normalmente  faz  isso  á  «bruta»  e  as  Pessoas  ficam  muito  indignadas  chamando-lhe  até  alguns  nomes  menos  próprios,  mas  ele  não  se  importa,  e  paga-lhes  com  mais  estragos  quando  se  zangar  novamente.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Paço de Arcos

Como  já  escrevi  no  outro  blog,  hoje  fiz  uma  caminhada  por  Oeiras  e  Paço  de  Arcos,  aqui  nesta  ultima  passei  pelo  Bairro  do  J.  Pimenta  e  aquilo  é  uma  autêntica  selvajaria  com  os  carros  por  todo  o  lado,  os  Peões  ali  não  tê  direito  a  nada,  vão  para  a  estrada  se  quiserem  porque  passeios  e  passadeiras  são  para  os  carros.

Com  tanta  Policia  que  há  por  aí,  não  consigo  perceber  porque  não  actuam  e  põem  estes  abusadores  na  ordem,  será  que  anda  tudo  cego?  ou  estão-se  nas  tintas  para  quem  lhes  paga  o  ordenado?  responda  quem  souber,  por  mim  vou  começar  a  fazer  que  não  vejo,  por  onde  os  outros  passarem  eu  também  passo.