segunda-feira, 31 de março de 2014

"VOLTAS E REVIRAVOLTAS"


Hoje estou zangado, arreliado, furioso, piurso, como afirmava o grande António Silva quando o Vasco Santana lhe atirava, "Ó Evaristo, tens cá disto"? E o grande problema é que não sei com quem, tudo isto por causa da chuva, já é demais, hoje caiu tanta que até os cães a beberam de pé, ao S. Pedro não vou culpar, penso que já não manda nada, no que ao tempo diz respeito, ou delegou a tarefa nalgum desempregado de longa duração, ou pior ninguém tem  tarefa de abrir e fechar a torneira e depois dá nisto, saí ás cinco e picos para Vila Verde, não chovia, mas mostrava má cara, mas isso de caras feias andamos todos fartos e já não assusta ninguém, e lá fui, parei na Atalaia para comprar dois casqueiros, e só á passagem pelos Casais da Portela me apareceu nevoeiro acompanhado duns pingos, mas fracotes, daqueles que chateiam mais do que molham!


Chego a casa e aí está ela com todo o fulgor, como era noite serrada e o Cafezada ainda estava fechado, optei por subir ao Montejunto, quem sabe se lá, por estar mais próximo do Céu, a chuva não cai? Não cai uma gaita, até fazia fumo, ainda saí do carro andei umas centenas de metros, mas tive de retroceder, desci ao Povoado o Victor já em pleno funcionamento e boa disposição, lá emborquei o café da ordem, uns dedos de conversa, casa, fiz o que podia porque na rua o que havia a fazer fica para a próxima, e regresso a Vila Fria, para lá fui por Alenquer, no regresso tinha uma coisa importante na zona de Matacães-Runa, a fazer e para isso já vinha munido de vasilhame que seria atestado aí, seria mas não foi, sou um azarento!


A semana passada recebi de um Amigo uma informação, que dizia que no inicio dos anos setenta, numa pequena elevação de terreno chamado de "Cabeça Gorda" entre Runa e Matacães, andaram a fazer prospecção do ouro negro e gás, esteve lá uma chaminé a queimar gás durante dois Meses, assim como chegaram partiram, diziam que havia gás para duzentos anos, um dos técnicos que lá andou foi o falecido Pai do Herman José, em consequência do fecho do poço o Presidente da Junta de Matacães ao tempo, terá cometido suicídio, mas que raio de filme este, a verdade é que se havia gás para duzentos anos, e como só passaram desde a data do abandono no mesmo cerca de cinquenta, o que eu é que eu pensei? Pois foi isso mesmo que também estão a pensar, ainda há por lá gás com fartura, e assim munida de três garrafas de Gazcidla que herdei do D. Afonso Henriques fui procurar o poço, mas qual poço? Encontrei tantos poços que fiquei sem saber qual deles tinha gás, gaita que o azar persegue-me, vim embora de mãos a abanar.
Esta conversa do gás, talvez venha ainda a dar que falar, não é que a Isabelinha dos Santos, essa mesma a filha do Presidente de Angola, já comprou o terreno ao lado do falecido poço


Perante mais este fracasso, foi dar corda aos sapatos e a caminho de casa que se faz tarde, só para encher, vou colocar aqui o itinerário de hoje, acredito que muitos nunca terão ouvido o nome destas Terras apesar da proximidade da Capital; Estava em Runa á procura do gás, a seguir Gozundeira, Portela do Bispo, Furadouro, Venda das Pulgas, Pero Negro, Sapataria, Malveira onde aproveitei para esticar as pernas apesar da chuva, Negrais (terra do leitão) Covas de Ferro, Albogas, Aruil, Dona Maria, Belas, Pendão, Queluz, ao chegar a Queluz de Baixo, o trânsito nem se mexia, agora estou lixado, nem para trás nem para a frente, começam a chegar os suores frios e quentes, lá consigo encontrar uma nesga dou a volta ao cavalo e sigo direito a Valejas, respiro de alivio, desta já me safei, passo esta Localidade e sigo pela Estrada Militar a caminho de Queijas, mas não chego lá, desço para Barcarena, Leceia e estou em caso, agora sim posso respirar á vontade.





quinta-feira, 27 de março de 2014

"ARRUINADOS E RUINAS"



A noticia de hoje, e que faz manchete  em todos os jornais e televisões, é a vontade do governo em fazer mais um corte nas pensões, dizem os Ex. governantes que já botaram, faladura após a saída da notícia, que não é bem assim, e tal, e que aquilo que os jornalistas ouviram no próprio ministério da Finanças, não ouviram, ou melhor, não era para divulgar, são uns desbocados estes jornalistas que não sabem guardar um segredo, enfim, prova-se por estas e por outras o amor que o governo nutre pelos reformados (e não só), são uns queridos, são muito capazes de tirar o pão da boca deles para dar a um pobre, e eu como prova de solidariedade para com o governo, que quer mesmo arruinar-nos, mostro aqui a prova que não são só as Pessoas que estão a definhar!


Veja-se o estado de ruína que encontrei ontem na minha caminhada por Lisboa, mesmo junto ás muralhas do  Castelo de São Jorge, existe um Palácio, de seu nome Belmonte que terá sido construído em 1449, e reconstruído ao longo dos tempos, e está hoje transformado em Hotel de luxo, pois paredes meias com este e com o Castelo, estão uma série de ruínas de habitações, que não faço ideia se pertencerá ao Estado, Câmara ou Particulares, o que sei, e como mostram as fotos que aqui público, é o estado lamentável em que se encontram, ruínas, candeeiros sem os respectivos globos e lâmpadas, erva e mato que dava para sustentar um rebanho, enfim, Alfama merecia melhor.



Após esta visão de guerra onde a aviação lançou umas valentes bombas de fragmentação, ou os submarinos do Paulo Portas lançaram umas bojardas com os torpedos que sobraram da 1ª grande guerra, enfim lá que houve guerra isso não duvido pelo estado que a coisa ficou, mas dizia depois de observar esses estragos continuei a minha caminhada vindo desaguar junto ao Tejo como é habitual, como ontem não havia aquela neblina que não deixa ver grande coisa para a «outra banda» apontei a máquina fotográfica e bati umas chapas, quando cheguei a casa passei as fotos para o computador, e só aí pude observar que a guerra também já chegou a Cacilhas, veja-se o estado dos edifícios junto ao Tejo, na zona do Ginjal, (que ricas cadelinhas, conquilhas já comi há séculos)! Lamentável, Portugal a cair aos poucos.

quinta-feira, 20 de março de 2014

"SERÁ DEFEITO DE FÁBRICA?"

Estou convencido que a minha alergia a tudo o que se relaciona com Médicos, Hospitais, Centros de Enfermagem ou Centros de Diagnóstico já vem de longe, não faço a mais pequena ideia de como surgiu a doença, (mas desconfio) e também não conheço a terapêutica, e assim lá vou ter de enfrentar estas situações com muita dificuldade, o grande problema em enfrentar Médicos e exames é o tempo de espera, a ida ao Médico ou fazer exames devia funcionar como por exemplo uma ida ao supermercado comprar leite em pó, ou á Farmácia comprar um supositório, é preciso, vai comprar na hora, nas consultas e exames um gajo marca, e vai ser atendido daqui a semanas ou Meses, e entretanto durante esse tempo só penso nisso, é o Dentista, daqui a 15 dias, é a Ecografia daqui a um Mês,  depois é ir mostrar os resultados ao Médico daqui a duas semanas, o que me tem valido é que ultimamente não tenho tido muitas queixas, caso contrário morria da cura.


Ontem fui buscar o resultado das análises, vêm lá uns valores alterados, agora enquanto não as for mostrar ao Médico ando mesmo doente, já nem me apetece fazer as habituais caminhadas, comecei a levantar tarde, hoje eram quase seis horas, enfim uma pequena tragédia, amanhã vou á Ecografia, só de pensar nisso, começo a transpirar, mas dizia eu que desconfio de como surgiu esta fobia, pois é, já tenho a minha dose, durante oito anos corri seca e Meca para descobrir a cura para uma Urticaria esquisita, até a Espanha fui parar por diversas vezes, aliás foi aqui que consegui saber alguns dos produtos alimentares que influenciavam o «despertar» da Urticaria, antes já tinha tido três estadias em Hospitais, uma de 14 dias outra de 78 e outra de quase quatro Meses, fiquei portanto vacinado para o resto dos meus dias, sonho com Hospitais, tenho pesadelos com Médicos/as, e pior só faço asneiras que me obrigam a recorrer a estes/as.

Senão vejam só estes exemplos: Um dia numa das minhas muitas habilidades, lembrei-me de subir para um barril com tampo de vidro, para apanhar figos numa figueira que tinha aqui junto á casa, o gajo não aguentou partiu, e enfiei o casco dento do barril juntamente com os estilhaços do vidro, o resultado foi um grande golpe num pé, a Família ficou em choque com a dimensão do corte e queria que fosse ao Hospital, entretanto o meu Sobrinho chega, telefona para a Esposa que é Médica e está de serviço no Hospital de Cascais, para eu ir rapidamente para ser tratado, pois é, e depois querem coser isto? Que sim, tem de levar pontos, então não vou, e só após prolongadas conversações (que duraram mais ou menos como a conversa Seguro-Passos) e a garantia que não era cozido lá fui.



Noutra ocasião (antes de ser bicho do mato) estava num almoço convívio com vários Familiares e Amigos batendo-me com um almoço comemorativo dum aniversário da minha Comadre, nos jardins da casa dos meus Compadres na Costa da Caparica, não recordo se não havia água na mesa, se por outra qualquer razão, subi ao primeiro andar, entro na cozinha, agarro num garrafão de água e respectivo copo e zás, que a sede apertava, um copo cheio pela goela abaixo (estávamos em Setembro em pleno Verão, e o almoço apetitoso), mas é pá, esta água queima, porra que isto é detergente de lavar a loiça, desci ao jardim e contei o que se tinha passado, foi um ai Jesus, tens de ir ao Hospital fazer uma lavagem ao estômago, outros diziam para vomitar, dedos pela goela abaixo, incentivando-me a beber azeite, pois sim, engoli quase um litro e de vómitos nada, a coisa acabou por passar, e ainda aqui estou para contar.



Noutra ocasião tenho em mãos a tarefa da lavagem de todos os Reservatórios dos Concelhos de Oeiras e Amadora, (que coitados não sabiam o que isso era á séculos), acelerado como sempre, tenho algum do Pessoal dentro do Reservatório de Leceia, quando chego vindo doutro local vou descer para ver como está a decorrer o trabalho, mas em vez de descer pelos degraus, (achei que era muito demorado pois a altura ainda é grande) e vou descer antes pelo resguardo que tem menos de metade dos degraus, pois sim, ia para aí no segundo, escorregam-me as mãos e aí vai ele direitinho ao fundo, batendo com as costelas nos ferros pelo caminho, aterrei lá em baixo, ganhei entretanto juízo e a custo sem que alguém no fundo se apercebesse, fui subindo pelos degraus correctos, chegado cá cima, foi pedir para chamem uma ambulância e hospital com costelas fracturadas, como se vê, ainda cá vou andando para contar estas aventuras mal sucedidas. E para terminar, quem teve coragem para ler esta lenga, lenga até aqui perguntará? Porque carga de água vem toda esta conversa? Porque me disseram que falar daquilo que nos apoquenta alivia, aqui está! Mas não aliviou nada.









terça-feira, 4 de março de 2014

"FALANDO CALADO"


A propósito (ou despropósito) do que ontem escrevi no Facebook, sobre a Bandeira (a defunta) do alto do Parque Eduardo VII, vieram-me á memória alguns casos análogos em que fui interveniente, um deles por acaso também metia Bandeiras, não uma, mas várias. Finais dos anos oitenta e inicio de noventa do século passado, construíram-se alguns Reservatórios de Água potável, Centrais Elevatórias, e ampliados outros, foi então decidido que estes fossem contemplados com Bandeiras: A de Portugal, da Autarquia e da C.E.E.,  como em muitas outras situações, quando não havia antecedentes a quem cabia determinada tarefa! Saía-me na rifa tratar delas, assim aconteceu com as Bandeiras, aos Domingos e Feriados, lá íamos içar, e arrear as respectivas, que no total perfaziam uma dúzia, a questão era, devido aos locais elevados onde estas estavam montadas os ventos rompiam-nas? Claro que sim, tal como a do Parque, só que quando isso acontecia tinha várias de reserva, era assim que trabalhava, embora estas não fossem adquiridas por mim, «chateava» a Pessoa que tinha esse encargo para não haver falhas, e não havia.


Decorria o ano da graça de 1982, o Mês era Setembro, o calor aperta, o consumo de água dispara, pois o Agosto por tradição mais quente que este, leva muita gente para fora dos Concelhos onde trabalho, e por via disso muito menos consumo do precioso liquido, sou encarregado das Estações de Esgotos e «obras a montante» que significavam Açudes e Trituradores, nada tenho ver com a distribuição da água, a única coisa que me ligava ao sector era a cloragem da dita, há uma avaria numa bomba na Central da Amadora, esta fornece água a dezenas de milhares de habitantes da Cidade, mais Damaia, Buraca, Reboleira, Venda Nova, Alfragide etc. a oficina que faz as reparações do equipamento não consegue em tempo útil reparar a avaria, resultado, milhares de Pessoas sem água, toca a rebate, é aberto inquérito para apuramento do que aconteceu, e do atraso da reparação da avaria, sou um dos nomeados para apuramento do sucedido.


Na sequência do inquérito, é apurado que a equipa que se ocupou da reparação teve um comportamento danoso, abandonou o serviço sem o terminar, deixando largos milhares de consumidores sem água, em consequência dessa falta grave, é-lhes aplicada a pena mais leve constante do "Código Disciplinar", isto é, repreensão, a mim que não pertencia a esta guerra, a pena mais severa, isto é, a partir de agora não só vai a passar a dirigir todas as Centrais de Água, depósitos  e áreas envolventes, (para juntar ao que já tinha) para essa tarefa vai arranjar Pessoal e todos os outros meios para passar a fazer manutenção e reparação dos equipamentos electromecânicos existentes, apesar deste «castigo» (que recebi com agrado diga-se), fiz o que tinha a fazer, empenhei-me a 100%, apesar das dificuldades que me esperavam, os equipamentos estavam a cair de maduros alguns pela idade, outros por falta de manutenção adequada, foi um osso duro de roer, mas foi ruido!


Então perguntarão o que tem a ver esta história com a Bandeira do Parque, tem tudo na minha opinião, eu quando peguei no serviço não tinha um  parafuso de reserva, era um trabalho novo com Gente nova, sem experiência em manutenção e reparação de equipamentos, e durante todos os restantes anos que me mantive no activo, nem uma única vez houve falta de água motivada por avarias, para que isso acontecesse não foi por milagre, tive de arregaçar as mangas e providenciar a aquisição de peças sobressalentes para quando surgisse alguma avaria esta ser reparada sem causar transtornos no fornecimento de água aos consumidores, (afinal de contas quem me pagava o vencimento), para que isso pudesse ter sido possível, tive Chefes com H grande, que me apoiaram sempre que necessário, e o meus Homens que não iam para casa antes de terminar o trabalho que tinham em mãos, e assim quando observo desleixos como aqueles que ontem mencionei no Facebook, fico com pele de galinha, depois admiram-se das criticas, quando não insultos, o bem Público deve ser tratado pelos mais capazes e não pelos que querem tachos, ou pelos «clubes partidários», disse.