quarta-feira, 15 de abril de 2020

Retorno momentâneo

Há anos que aqui não vinha, tantos que tenho dúvidas se ainda consigo publicar estas palavras e algumas fotos.
Terá sido este vírus que nos anda atrofiar as ideias, a prender-nos os movimentos e a prender-nos em casa que aqui me trouxe. A ideia é tentar saber se os Amigos que em tempos aqui me acompanhavam estarão todos bem de saúde, pois com a mortandade que por aí anda nunca se sabe, quem estará a salvo.
Fiquem bem









quinta-feira, 24 de abril de 2014

JÚLIO ISIDRO ESCREVEU, EU PUBLIQUEI

Grande Júlio Isidro, falar claro nos dias de hoje, já tem custos «quase» como, no tempo da outra senhora, mas há sempre alguém que não tem medo, e não se acomoda á moda vigente, como é o caso.
Em Portugal não se fala, sussurra-se, o medo de outros tempos veio para ficar, um Povo que cala consente, raramente assume de cara levantada e peito feito aquilo que lhe vai na alma, é pisado e repisado, e pensa sempre que são os outros que têm de tirar o pé de cima do seu, nunca ser ele a retira-lo, não assume as suas dores não vá o vizinho ou amigo não gostar do «gemido». Parabéns Júlio Isidro, pela clareza e frontalidade do seu texto!


Júlio Isidro


 NÃO, NÃO ESTOU VELHO!!!


NÃO SOU É SUFICIENTEMENTE NOVO PARA JÁ SABER TUDO!


Passaram 40 anos de um sonho chamado Abril.


E lembro-me do texto de Jorge de Sena…. Não quero morrer sem ver a cor da liberdade.


Passaram quatro décadas e de súbito os portugueses ficam a saber, em espanto, que são responsáveis de uma crise e que a têm que pagar…. civilizadamente,  ordenadamente, no respeito  das regras da democracia, com manifestações próprias das democracias e greves a que têm direito, mas demonstrando sempre o seu elevado espírito cívico, no sofrer e ….calar.


Sou dos que acreditam na invenção desta crise.


Um “diretório” algures decidiu que as classes médias estavam a viver acima da média. E de repente verificou-se que todos os países estão a dever dinheiro uns aos outros…. a dívida soberana entrou no nosso vocabulário e invadiu o dia a dia.


Serviu para despedir, cortar salários, regalias/direitos do chamado Estado Social e o valor do trabalho foi diminuído, embora um nosso ministro tenha dito decerto por lapso, que “o trabalho liberta”, frase escrita no portão de entrada de Auschwitz.


Parece que alguém anda à procura de uma solução que se espera não seja final.


Os homens nascem com direito à felicidade e não apenas à estrita e restrita sobrevivência.


Foi perante o espanto dos portugueses que os velhos ficaram com muito menos do seu contrato com o Estado que se comprometia devolver o investimento de uma vida de trabalho. Mas, daqui a 20 anos isto resolve-se.


Agora, os velhos atónitos, repartem o dinheiro entre os medicamentos e a comida.


E ainda tem que dar para ajudar os filhos e netos num exercício de gestão impossível.


A Igreja e tantas instituições de solidariedade fazem diariamente o milagre da multiplicação dos pães.


Morrem mais velhos em solidão, dão por eles pelo cheiro, os passes sociais impedem-nos de  sair de casa,  suicidam-se mais pessoas, mata-se mais dentro de casa, maridos, mulheres e filhos mancham-se  de sangue , 5% dos sem abrigo têm cursos superiores, consta que há cursos superiores  de geração espontânea, mas 81.000  licenciados estão desempregados.


Milhares de alunos saem das universidades porque não têm como pagar as propinas, enquanto que muitos desistem de estudar para procurar trabalho.


Há 200.000 novos emigrantes, e o filme “Gaiola Dourada”  faz um milhão de espectadores.


Há terras do interior, sem centro de saúde, sem correios e sem finanças, e os festivais de verão estão cheios com bilhetes de centenas de euros.


Há carros topo de gama para sortear e autoestradas desertas. Na televisão a gente vê gente a fazer sexo explícito e explicitamente a revelar histórias de vida que exaltam a boçalidade.


Há 50.000 trabalhadores rurais que abandonaram os campos, mas há as grandes vitórias da venda de dívida pública a taxas muito mais altas do que outros países intervencionados.


Há romances de ajustes de contas entre políticos e ex-políticos, mas tudo vai acabar em bem...estar para ambas as partes.


Aumentam as mortes por problemas respiratórios consequência de carências alimentares e higiénicas, há enfermeiros a partir entre lágrimas para Inglaterra e Alemanha para ganharem muito mais do que 3 euros à hora, há o romance do senhor Hollande e o enredo do senhor Obama que tudo tem feito para que o SNS americano seja mesmo para todos os americanos. Também ele tem um sonho…


Há a privatização de empresas portuguesas altamente lucrativas e outras que virão a ser lucrativas. Se são e podem vir a ser, porque é que se vendem?


E há a saída à irlandesa quando eu preferia uma…à francesa.


Há muita gente a opinar, alguns escondidos com o rabo de fora.


E aprendemos neologismos como “in conseguimento” e “irrevogável” que quer dizer exatamente o contrário do que está escrito no dicionário.


Mas há os penalties escalpelizados na TV em câmara lenta, muito lenta e muito discutidos, e muita conversa, muita conversa e nós, distraídos.


E agora, já quase todos sabemos que existiu um pintor chamado Miró, nem que seja por via bancária. Surrealista…


Mas há os meninos que têm que ir à escola nas férias para ter pequeno- almoço e almoço.


E as mães que vão ao banco…. alimentar contra a fome , envergonhadamente , matar a fome dos seus meninos.


É por estes meninos com a esperança de dias melhores prometidos para daqui a 20 anos, pelos velhos sem mais 20 anos de esperança de vida e pelos quarentões com a desconfiança de que não mudarão de vida, que eu não quero morrer sem ver a cor de uma nova liberdade.


Júlio Isidro



quarta-feira, 9 de abril de 2014

FAZ HOJE QUARENTA E OITO ANOS

Ora cá estou eu de volta ao blog, mais propriamente ao «Purgatório» onde vou tentando espiar os meus pecados, não vai ser fácil ver-me livre de todos, mas vou tentando atenuar a lista que é longa, hoje como se poderá ver, é mais um da longa lista, e daqueles de fazer tremer as pedras da calçada, para começar direi que é dia de aniversário, não de anos vividos mas de asneiras passadas, 48 é um número já impressionante, a data do acontecimento é 9 de Abril de 1966, Sábado de Aleluia, na Escola de Fuzileiros, em Palhais e em todo o Mundo Cristão.


Mas vamos ao inicio, estava na Marinha, na Escola de Fuzileiros em Vale de Zebro, com castigos continuados, uma longa lista fazia parte do meu cardápio, tinha atingido a 4ª classe de comportamento, creio que a seguir já não havia mais nenhuma, e nessa classe nem em armas de fogo me deixavam pegar, a única arma, se assim lhe posso chamar era o velho sabre da espingarda Mauser, que me servia para fazer plantões de castigo, chegados aqui, e numa especialidade onde os tiros e armas de fogo eram o pão nosso de cada dia, recebo ordem de marcha para ser transferido para outra Unidade da Marinha, o Alfeite, mau, agora é que a porca torce o rabo, dali não consigo ir a salto, mas vou ter de arranjar maneira de me safar desta, o Oficial de dia acompanha-me ao autocarro Militar que fazia o transporte do Pessoal para o Alfeite e volta, e diz ao Motorista para largar este gajo (o gajo era eu) só no Alfeite, pois bem Manel, já te dou a resposta.



O autocarro arranca, anda umas centenas de metros e pára junto á Porta de Armas, foi o momento para eu desopilar dali a grande velocidade pela mata dentro, os locais para sair da Escola conhecia-os todos de fio a pavio, andei dentro da Unidade quase uma semana dado com o ausente, e posteriormente como desertor, ajudava na cozinha para poder forrar o estômago, pois não podia entrar no refeitório sob pena de ser visto por quem não devia, durante esse tempo saía da Unidade de salto como fazia quase sempre, e ia congeminando a maneira de me safar desta sem males maiores, mas chegado aqui a única safa era dar o salto para o Estrangeiro, transmiti a ideia a alguns Amigos Civis em Palhais e combinámos fazer-mo-nos ao caminho, eu, o Hugo, e o Carlos Bento, nesse Sábado juntámo-nos eu e o Carlos na Sociedade Recreactiva de Palhais, mas o Hugo roeu a corda!


Mas nem com essa baixa de última hora desistimos, por volta da meia noite lá seguiram estes dois aventureiros, com destino a Marvão no Alentejo, levávamos como G.P.S. uma agenda de bolso com o mapa de Portugal, e meia dúzia de Escudos, e durante cinco dias e cinco noites sempre a pé, e debaixo de chuva, escondendo-nos sempre que víamos alguma viatura pois não tínhamos dúvida que o alerta já tinha sido dado, ao quinto dia chegámos a Elvas, a trovoada com chuva forte não parava, abrigava-mo-nos junto de árvores, decidimos então alterar a rota e ir tentar a sorte na Fronteira do Caia, chegámos de manhã, o Rio transbordou e a cheia era de meter medo, ali andámos a tentar arranjar o local mais ou menos seguro para atravessar o Rio, e quando demos por isso, estávamos apanhados, a P.I.D.E. deitou-nos a mão, levados para o Posto, ficamos aí sentados num cubículo, á espera de levar uma coça, coisa em que os esbirros eram especialistas, mas nada acontecia, até que ao fim de algumas horas somos metidos dentro dum Citroen 2 cavalos e levados para outro posto da P.I.D.E. agora em Elvas.

Aí chegados, dão-nos de comer, (eram uns queridos) e separados, (por mais de trinta anos) na manhã seguinte sou novamente interrogado, acompanhado duns tabefes, e o sacana do P.I.D.E. diz-me então o menino é tropa e não dizia nada? Não, como ainda tinha dezanove anos estava á espera que me soltassem, para eu voltar a dar o fora! É o soltas, vais para uma Unidade Militar aqui em Elvas, e assim foi, durante cinco dias fui o preso mais popular do Quartel de Caçadores Nº 8, findas estas férias forçadas, chega um duo de Fuzileiros de pistola á cintura e algemas no cinturão para me levar de volta, não para o Forte de Elvas,  que era o meu maior receio, mas para o Alfeite, o destino que eu quis driblar quando fugi do autocarro na Porta de Armas da Escola de Fuzileiros, afinal atravessou-se agora no meu caminho, e desta feita era mesmo para ver o Sol aos quadradinhos.


Que se lixe, perdido por um perdido por mil, e lá seguimos os três de comboio até Santa Apolónia durante horas, eles com medo que eu tentasse fugir, eu com receio de levar um tiro, pois ambos tinham chegado á pouco duma comissão no Ultramar, e vinham nervosos!
Correu tudo bem, fizemos o percurso Santa Apolónia a pé até á Doca da Marinha, as Pessoas a olharem espantadas pois via-se á légua que o gajo que ia á civil no meio dos dois marmanjos ia preso, embarcámos na Vedeta para o Alfeite e aqui chegado fui engavetado, mais vinte e dois dias, findos os quais me dão a grande noticia, afinal não vais para o Forte de Elvas, vais antes para casa e ficas á espera de ser chamado para cumprir o Serviço Militar no Exercito e completo, pois este ano e tal aqui não conta para nada, foi só prejuízo que destes á Armada, vai em paz, e fui! Só que com a aprendizagem que aqui tive, o Exercito viu-me por um canudo!

segunda-feira, 31 de março de 2014

"VOLTAS E REVIRAVOLTAS"


Hoje estou zangado, arreliado, furioso, piurso, como afirmava o grande António Silva quando o Vasco Santana lhe atirava, "Ó Evaristo, tens cá disto"? E o grande problema é que não sei com quem, tudo isto por causa da chuva, já é demais, hoje caiu tanta que até os cães a beberam de pé, ao S. Pedro não vou culpar, penso que já não manda nada, no que ao tempo diz respeito, ou delegou a tarefa nalgum desempregado de longa duração, ou pior ninguém tem  tarefa de abrir e fechar a torneira e depois dá nisto, saí ás cinco e picos para Vila Verde, não chovia, mas mostrava má cara, mas isso de caras feias andamos todos fartos e já não assusta ninguém, e lá fui, parei na Atalaia para comprar dois casqueiros, e só á passagem pelos Casais da Portela me apareceu nevoeiro acompanhado duns pingos, mas fracotes, daqueles que chateiam mais do que molham!


Chego a casa e aí está ela com todo o fulgor, como era noite serrada e o Cafezada ainda estava fechado, optei por subir ao Montejunto, quem sabe se lá, por estar mais próximo do Céu, a chuva não cai? Não cai uma gaita, até fazia fumo, ainda saí do carro andei umas centenas de metros, mas tive de retroceder, desci ao Povoado o Victor já em pleno funcionamento e boa disposição, lá emborquei o café da ordem, uns dedos de conversa, casa, fiz o que podia porque na rua o que havia a fazer fica para a próxima, e regresso a Vila Fria, para lá fui por Alenquer, no regresso tinha uma coisa importante na zona de Matacães-Runa, a fazer e para isso já vinha munido de vasilhame que seria atestado aí, seria mas não foi, sou um azarento!


A semana passada recebi de um Amigo uma informação, que dizia que no inicio dos anos setenta, numa pequena elevação de terreno chamado de "Cabeça Gorda" entre Runa e Matacães, andaram a fazer prospecção do ouro negro e gás, esteve lá uma chaminé a queimar gás durante dois Meses, assim como chegaram partiram, diziam que havia gás para duzentos anos, um dos técnicos que lá andou foi o falecido Pai do Herman José, em consequência do fecho do poço o Presidente da Junta de Matacães ao tempo, terá cometido suicídio, mas que raio de filme este, a verdade é que se havia gás para duzentos anos, e como só passaram desde a data do abandono no mesmo cerca de cinquenta, o que eu é que eu pensei? Pois foi isso mesmo que também estão a pensar, ainda há por lá gás com fartura, e assim munida de três garrafas de Gazcidla que herdei do D. Afonso Henriques fui procurar o poço, mas qual poço? Encontrei tantos poços que fiquei sem saber qual deles tinha gás, gaita que o azar persegue-me, vim embora de mãos a abanar.
Esta conversa do gás, talvez venha ainda a dar que falar, não é que a Isabelinha dos Santos, essa mesma a filha do Presidente de Angola, já comprou o terreno ao lado do falecido poço


Perante mais este fracasso, foi dar corda aos sapatos e a caminho de casa que se faz tarde, só para encher, vou colocar aqui o itinerário de hoje, acredito que muitos nunca terão ouvido o nome destas Terras apesar da proximidade da Capital; Estava em Runa á procura do gás, a seguir Gozundeira, Portela do Bispo, Furadouro, Venda das Pulgas, Pero Negro, Sapataria, Malveira onde aproveitei para esticar as pernas apesar da chuva, Negrais (terra do leitão) Covas de Ferro, Albogas, Aruil, Dona Maria, Belas, Pendão, Queluz, ao chegar a Queluz de Baixo, o trânsito nem se mexia, agora estou lixado, nem para trás nem para a frente, começam a chegar os suores frios e quentes, lá consigo encontrar uma nesga dou a volta ao cavalo e sigo direito a Valejas, respiro de alivio, desta já me safei, passo esta Localidade e sigo pela Estrada Militar a caminho de Queijas, mas não chego lá, desço para Barcarena, Leceia e estou em caso, agora sim posso respirar á vontade.





quinta-feira, 27 de março de 2014

"ARRUINADOS E RUINAS"



A noticia de hoje, e que faz manchete  em todos os jornais e televisões, é a vontade do governo em fazer mais um corte nas pensões, dizem os Ex. governantes que já botaram, faladura após a saída da notícia, que não é bem assim, e tal, e que aquilo que os jornalistas ouviram no próprio ministério da Finanças, não ouviram, ou melhor, não era para divulgar, são uns desbocados estes jornalistas que não sabem guardar um segredo, enfim, prova-se por estas e por outras o amor que o governo nutre pelos reformados (e não só), são uns queridos, são muito capazes de tirar o pão da boca deles para dar a um pobre, e eu como prova de solidariedade para com o governo, que quer mesmo arruinar-nos, mostro aqui a prova que não são só as Pessoas que estão a definhar!


Veja-se o estado de ruína que encontrei ontem na minha caminhada por Lisboa, mesmo junto ás muralhas do  Castelo de São Jorge, existe um Palácio, de seu nome Belmonte que terá sido construído em 1449, e reconstruído ao longo dos tempos, e está hoje transformado em Hotel de luxo, pois paredes meias com este e com o Castelo, estão uma série de ruínas de habitações, que não faço ideia se pertencerá ao Estado, Câmara ou Particulares, o que sei, e como mostram as fotos que aqui público, é o estado lamentável em que se encontram, ruínas, candeeiros sem os respectivos globos e lâmpadas, erva e mato que dava para sustentar um rebanho, enfim, Alfama merecia melhor.



Após esta visão de guerra onde a aviação lançou umas valentes bombas de fragmentação, ou os submarinos do Paulo Portas lançaram umas bojardas com os torpedos que sobraram da 1ª grande guerra, enfim lá que houve guerra isso não duvido pelo estado que a coisa ficou, mas dizia depois de observar esses estragos continuei a minha caminhada vindo desaguar junto ao Tejo como é habitual, como ontem não havia aquela neblina que não deixa ver grande coisa para a «outra banda» apontei a máquina fotográfica e bati umas chapas, quando cheguei a casa passei as fotos para o computador, e só aí pude observar que a guerra também já chegou a Cacilhas, veja-se o estado dos edifícios junto ao Tejo, na zona do Ginjal, (que ricas cadelinhas, conquilhas já comi há séculos)! Lamentável, Portugal a cair aos poucos.

quinta-feira, 20 de março de 2014

"SERÁ DEFEITO DE FÁBRICA?"

Estou convencido que a minha alergia a tudo o que se relaciona com Médicos, Hospitais, Centros de Enfermagem ou Centros de Diagnóstico já vem de longe, não faço a mais pequena ideia de como surgiu a doença, (mas desconfio) e também não conheço a terapêutica, e assim lá vou ter de enfrentar estas situações com muita dificuldade, o grande problema em enfrentar Médicos e exames é o tempo de espera, a ida ao Médico ou fazer exames devia funcionar como por exemplo uma ida ao supermercado comprar leite em pó, ou á Farmácia comprar um supositório, é preciso, vai comprar na hora, nas consultas e exames um gajo marca, e vai ser atendido daqui a semanas ou Meses, e entretanto durante esse tempo só penso nisso, é o Dentista, daqui a 15 dias, é a Ecografia daqui a um Mês,  depois é ir mostrar os resultados ao Médico daqui a duas semanas, o que me tem valido é que ultimamente não tenho tido muitas queixas, caso contrário morria da cura.


Ontem fui buscar o resultado das análises, vêm lá uns valores alterados, agora enquanto não as for mostrar ao Médico ando mesmo doente, já nem me apetece fazer as habituais caminhadas, comecei a levantar tarde, hoje eram quase seis horas, enfim uma pequena tragédia, amanhã vou á Ecografia, só de pensar nisso, começo a transpirar, mas dizia eu que desconfio de como surgiu esta fobia, pois é, já tenho a minha dose, durante oito anos corri seca e Meca para descobrir a cura para uma Urticaria esquisita, até a Espanha fui parar por diversas vezes, aliás foi aqui que consegui saber alguns dos produtos alimentares que influenciavam o «despertar» da Urticaria, antes já tinha tido três estadias em Hospitais, uma de 14 dias outra de 78 e outra de quase quatro Meses, fiquei portanto vacinado para o resto dos meus dias, sonho com Hospitais, tenho pesadelos com Médicos/as, e pior só faço asneiras que me obrigam a recorrer a estes/as.

Senão vejam só estes exemplos: Um dia numa das minhas muitas habilidades, lembrei-me de subir para um barril com tampo de vidro, para apanhar figos numa figueira que tinha aqui junto á casa, o gajo não aguentou partiu, e enfiei o casco dento do barril juntamente com os estilhaços do vidro, o resultado foi um grande golpe num pé, a Família ficou em choque com a dimensão do corte e queria que fosse ao Hospital, entretanto o meu Sobrinho chega, telefona para a Esposa que é Médica e está de serviço no Hospital de Cascais, para eu ir rapidamente para ser tratado, pois é, e depois querem coser isto? Que sim, tem de levar pontos, então não vou, e só após prolongadas conversações (que duraram mais ou menos como a conversa Seguro-Passos) e a garantia que não era cozido lá fui.



Noutra ocasião (antes de ser bicho do mato) estava num almoço convívio com vários Familiares e Amigos batendo-me com um almoço comemorativo dum aniversário da minha Comadre, nos jardins da casa dos meus Compadres na Costa da Caparica, não recordo se não havia água na mesa, se por outra qualquer razão, subi ao primeiro andar, entro na cozinha, agarro num garrafão de água e respectivo copo e zás, que a sede apertava, um copo cheio pela goela abaixo (estávamos em Setembro em pleno Verão, e o almoço apetitoso), mas é pá, esta água queima, porra que isto é detergente de lavar a loiça, desci ao jardim e contei o que se tinha passado, foi um ai Jesus, tens de ir ao Hospital fazer uma lavagem ao estômago, outros diziam para vomitar, dedos pela goela abaixo, incentivando-me a beber azeite, pois sim, engoli quase um litro e de vómitos nada, a coisa acabou por passar, e ainda aqui estou para contar.



Noutra ocasião tenho em mãos a tarefa da lavagem de todos os Reservatórios dos Concelhos de Oeiras e Amadora, (que coitados não sabiam o que isso era á séculos), acelerado como sempre, tenho algum do Pessoal dentro do Reservatório de Leceia, quando chego vindo doutro local vou descer para ver como está a decorrer o trabalho, mas em vez de descer pelos degraus, (achei que era muito demorado pois a altura ainda é grande) e vou descer antes pelo resguardo que tem menos de metade dos degraus, pois sim, ia para aí no segundo, escorregam-me as mãos e aí vai ele direitinho ao fundo, batendo com as costelas nos ferros pelo caminho, aterrei lá em baixo, ganhei entretanto juízo e a custo sem que alguém no fundo se apercebesse, fui subindo pelos degraus correctos, chegado cá cima, foi pedir para chamem uma ambulância e hospital com costelas fracturadas, como se vê, ainda cá vou andando para contar estas aventuras mal sucedidas. E para terminar, quem teve coragem para ler esta lenga, lenga até aqui perguntará? Porque carga de água vem toda esta conversa? Porque me disseram que falar daquilo que nos apoquenta alivia, aqui está! Mas não aliviou nada.