quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

"FACTURAS QUE DÃO POPÓS"

Com o final do ano a aproximar-se, volta em força a propaganda governamental para pedir facturas nas compras que ainda vamos fazendo, a partir da próxima semana vão mesmo começar a sortear popós semanalmente, na verdade estão a chegar ao cais do jardim do tabaco dezenas de navios carregados de automóveis topo de gama como pude testemunhar, mas melhor que eu para falar neste assunto, é o Ricardo Araújo Pereira, autor da crónica que se segue, as fotos são minhas.


Totocidadania


Segundo Paulo Portas, 2014 vai ser uma espécie de 1640 financeiro, o que constitui uma péssima notícia: 1640 foi o ano da Restauração, e todos sabemos que o Governo taxa a restauração a 23 por cento

O cidadão deseja ganhar um magnífico automóvel? Peça sempre factura em todas as suas transacções e habilite-se a levar para casa um automóvel por semana. Participe no concurso que é também um divertido quebra-cabeças, uma vez que, se ganhar, terá de descobrir como vai conseguir pagar gasolina, seguro e imposto de circulação. Talvez seja melhor estacionar o carro junto à costa e ficará com uma espaçosa casa de praia, um prático T0 com acomodação para cinco pessoas. Com sorte, poderá ganhar o mesmo carro que perdeu quando deixou de conseguir pagar as prestações por causa do brutal aumento de impostos. Volte a viver acima das suas possibilidades como prémio por estar a viver abaixo das suas possibilidades, possibilidades essas que não lhe possibilitam manter o automóvel que muito possivelmente se habilita a ganhar. Esteja atento às novas promoções do Governo, porque este fabuloso concurso pode vir a ser alargado a outras áreas da vida. O cidadão não tem multas de trânsito desde 2005? Então habilite-se a ganhar um fim-de-semana para duas pessoas no Palácio de S. Bento. Comporte-se civilizadamente na estrada e o Estado coloca ao seu dispor instalações de luxo no centro da cidade de Lisboa para uma escapadela romântica com alguém muito especial. Mas não é tudo.

Para cidadãos que nunca incorreram em violência doméstica, o Estado vai sortear 100 viagens no Tridente, um dos dois novos submarinos da Marinha portuguesa. Construído nos estaleiros da empresa alemã HDW, o Tridente custou 500 milhões de euros e pode ser seu durante duas horas. Basta preencher o cupão com nome, morada e registo criminal. Não agrida o seu cônjuge e habilite-se a visitar a Trafaria a 200 metros de profundidade.
Tenha a vida de sonho que é normalmente acessível apenas a quem foge aos impostos e se dedica ao banditismo, mas agora pagando os impostos e vivendo honradamente. Trata-se de uma experiência completamente nova em Portugal. Só estes passatempos podem animar o cidadão. De resto, o panorama continua negro. Segundo Paulo Portas, 2014 vai ser uma espécie de 1640 financeiro, o que constitui uma péssima notícia: 1640 foi o ano da Restauração, e todos sabemos que o Governo taxa a restauração a 23 por cento. Vem aí um aumento de impostos do qual ninguém estava à espera.



terça-feira, 17 de dezembro de 2013

FORTE DE S. JULIÃO DA BARRA

Na ultima mensagem que aqui publiquei coloquei diversas fotos e entre estas uma do Forte de São Julião da Barra, e embora tenha ideia que já terei publicado um pouco da sua longa História, vou aproveitar algumas fotos que tirei um destes dias quando caminhei entre Oeiras e Carcavelos, para junto destas escrever mais algumas coisas sobre o Forte, nomeadamente as que constam do site do Ministério da Defesa.


FORTE S. JULIÃO DA BARRA


O Forte de S. Julião da Barra foi construído na segunda metade do séc. XVI, na Foz do Tejo, como um reforço da defesa da cidade de Lisboa e do seu porto, tendo sido considerado como o «Escudo do Reino».
A construção deste Forte nasceu na sequência das obras efetuadas nas costas marroquinas, onde já trabalhara Miguel de Arruda, que foi o Arquiteto que o desenhou. Foi um dos primeiros exemplares maneiristas de fortificação abaluartada construídos em Portugal, vindo a enfrentar as muito poderosas forças de Filipe II que, no entanto, não o chegaram a conquistar, tendo o alcaide e os seus homens optado por o entregarem.
O Forte de S. Julião da Barra, erigido no local onde existia uma ermida em honra do padroeiro dos barqueiros, S. Gião, foi o mais poderoso sistema de defesa do Litoral lisboeta, tendo defendido a barra do Tejo cruzando fogo com a Torre do Bugio.
As últimas missões militares deram-se em 1831 e 1833, na luta entre absolutistas e liberais.

Este Forte veio a integrar-se na última linha de resistência das chamadas Linhas de Torres, construídas para fazerem face às Invasões Francesas. Porém, desde os meados do séc. XVIII, funcionou essencialmente como aquartelamento e prisão de Estado.
Para além da missão militar de defesa, funcionou como colégio de educação, como prisão, destacando-se o cárcere do General Gomes Freire de Andrade e a partir de 1951, é utilizado para atos de representação de organismos da Defesa Nacional e, mais recentemente, como residência do Ministro da Defesa Nacional e também como espaço para a realização de eventos privados.

Esta fortaleza foi classificada como imóvel de interesse publico Decreto nº 41191/57, de 18 de Julho de 1957.
 

Localização

Estrada Marginal, 2780 Oeiras
Latitude: 38º 40' 21"  N
Longitude: 9º 19' 34"  O


domingo, 8 de dezembro de 2013

"MAIS UM TIRO FALHADO"

Mais uma vez coloquei a pata na poça, isto já é sina minha, cabeça no ar, impreparação na leitura do Português, ouvido duro ou outra razão ou razões que me escapam, estou constantemente a meter água.
Tenho corrido seca e Meca na procura de morangueiros, para fazerem companhia a meia dúzia que tenho aqui plantados, mas por aqui casas que plantam e vendem flores, não faltam, mas morangueiros, que até têm procura como já constatei numa dessas casas, nada, assim resolvi ir a uma Feira.

Ontem á noite munido do "Borda de Água" fui vasculhar onde aqui nas redondezas haveria feira aos Domingos, li e reli os locais onde haveria feiras, e parei em São Domingos de Rana, a mais próxima daqui de Porto Salvo, ora vai ser aqui que vou finalmente arranjar morangueiros, nestes locai vende-se de tudo, não venho de mãos a abanar de certeza.

Saí ainda de noite para não variar, e como calculei que ainda seria cedo para a compra que ia fazer, fui até junto da Praia da Torre e daí fui fazer uma caminhada para aquecer os presuntos, pois fazia um frio de rachar, quando amanheceu a sério dirigi-me para São Domingos de Rana, passei por Sassoeiros e larguei o burro logo á entrada de S. Domingos, fui caminhado direito ao centro da Povoação, para matar saudades visto já não ir aí há um bom par de anos, cheguei até junto da Igreja, bati umas chapas, recordando que foi aqui que tive de pegar na vela pela primeira vez (e última) foi no Baptizado do meu Filho João que o meu Compadre me convenceu que aquilo não viciava, pois cá o rapaz estava com receio de ficar com o vicio de pegar na vela, o que não se coadunava com o meu estilo de vida até então! 

Bem, depois de fazer as tais fotos da Igreja que diga-se é uma obra imponente, terá sido construída no seculo XVI e reconstruida após o terramoto de 1755, mas dizia fiz aí a inversão de marcha e fui caminhando para o local do recinto da Feira, mas comecei a admirar-me de não ver ninguém por ali, fui andando e chegado ao local da dita, nem vivalma, um deserto completo, mas isto é sina minha ou o "Borda de água" já não é o que era? Já nem nele se pode confiar? Dizia lá 2º e 4º Domingos de cada Mês, ora hoje é o 2º, voltei para casa, arreliado comigo e com o "Borda de  Água" mas pelo sim pelo não, fui novamente consultar o dito, e! Lá estava em letras gordas, 1º e 3º Domingos, mas que grande gaita, já não sei ler? Então ontem li 2º e 4º e hoje sai-me o 1º e o 3, bem, já sei que comigo não dá, ando em contramão é o que é, e já não há nada a fazer.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

"REMÉDIO ANTI-SRESS"

Se hoje já observei o Sol a cair no Oceano, e as minhas laranjeiras carregadas de flor, na altura da colheita das laranjas, porque não acreditar nas cenas que a seguir descrevo?

Cenas da investigação criminal em Portugal

Piadas reais
(excertos de autos elaborados pela GNR e PSP, peças processuais e diligências)

- Um agente da PSP desloca-se à residência de um casal que anda desavindo e escreve no auto de notícia que: "o sr. João anda muito frustrado porque pagou cerca de 5 mil euros pelos implantes mamários da sua mulher e suspeita que outro cidadão está a usufruir desses dividendos".
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- Escrevia um PSP num auto de notícia:"Numa acção de fiscalização, estando eu de arvorado ao carro patrulha, mandei parar o veículo supra identificado e pedi ao condutor os documentos pessoais e da viatura. Em resposta, disse-me aquele que se o autuasse me iria ao cú, o que fez três vezes."
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- A GNR participa acidente e explica que "naquele local o asfalto da estrada era de terra batida".
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- O gatuno era "herdeiro e vozeiro naquele tipo de condutas".
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- Auto de notícia em que se diz que a ofendida foi encontrada em "lã-jeri".
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- O arguido era "de raça nómada".
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- Auto de notícia em que a GNR denuncia o furto de 24 galinhas das quais uma era galo.
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- O arguido resolve acabar o seu requerimento de uma forma cordial: "Pede deferimento" e logo a seguir ... "As minhas sinceras condolências".
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- "O denunciado proferiu vários impropérios na Língua de Camões e também em língua francesa"
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-"O individuo trazia o produto estupefaciente junto do órgão genital masculino vulgo pénis"
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- Diligência de inquérito: "Solicite à PSP que, em 48h, diligencie por identificar o denunciado que se sabe ter cerca de 16 anos e usar boné"
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- Quem comete o crime de "borla" é um "borlista" profissional.
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- Auto de denúncia : "enquanto proferiam tais ameaças permitiam-se ainda chamar nomes ofensivos tais como "puta, vaca, jornalista, advogada, ladra, que era boa era para ir para a Ordem dos Advogados".
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- Um arguido antes de bater no ofendido atirou-lhe com uma caixa em plástico, "nomeadamente um tampa-roer".
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- "O arguido atirou um paralelo-ipípado".
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- "O arguido trazia uma techerte azul às riscas".
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- "Os meliantes colocaram-se em fuga, ao volante de uma Picap"
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- Na sequência de uma queixa por crime de furto de um veículo a GNR informa que recuperou a dita viatura no entanto a mesma vinha cheia de moças.
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- Caso de uma averiguação de causa de morte em que foi determinada a "autópsia parcial" do cadáver.
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Exmo Sr. Procurador
Venho comunicar a Vª. Exa. que na EN que liga Penamacor ao Sabugal foi encontrado um cadáver morto, que pela fala parece ser espanhol...

domingo, 1 de dezembro de 2013

FORTE DO CATALAZETE

Hoje andei por Santo Amaro de Oeiras, mais concretamente no Passeio Marítimo, o frio continua sem dar tréguas, e junto ao Mar há menos vento, que por aqui no monte onde habito, passei primeiro por Porto Salvo para comprar pão, mas não havia, isto numa padaria, não haver pão é no mínimo estranho, e deixa um gajo desapontado, é certo que nos dias que correm qualquer baiuca vende pão, mas ainda há uma semana fui enganado e na Padaria sempre é mais seguro, mas enfim saí de lá a chuchar no dedo.
 

Desci até Oeiras e lá fui caminhado, ao passar junto do Forte do Catalazete, recordei os idos anos 60 do século passado, mais concretamente aí por 1966/67 quando trabalhei no então Motel Continental, hoje Inatel, e que tinha «carta branca» para entrar no Forte que já então era uma Pousada da Juventude, frequentada na sua grande maioria por Estrangeiros/As, essa liberdade que tinha devia-se aos bons ofícios do Director do Forte de então, a quem eu retribuía com uns cuidados especiais no tratamento do seu Volvo desportivo, as minhas visitas tornaram-se tão frequentes que acabei por arranjar lá uma Namorada.


E aqui é que vem a história que trago aqui, a pequena Praia começava mesmo junto ao muro do Forte, e nas Marés grandes a água chegava a «lamber» a muralha junto á vedação, como eu trabalhava no Motel num local onde passavam As/As jovens  que se dirigiam á Pousada, tornei-me numa espécie de Cicerone, especialmente quando eram do sexo Feminino, apesar de não perceber patavina de línguas Estrangeiras, com um bocado de mímica á mistura lá ia explicado o caminho até ao Forte, um belo dia de Verão, estou eu na tal pequena Praia junto ao muro do Forte acompanhado por umas Holandesas tentando aprender mais alguma coisa de «Línguas Estrangeiras» e eis que me aparece do nada a tal namorada que tinha lá dentro, fazendo um filme de terror, e em voz alta, que deixou toda agente espantada com o espectáculo, e eu inocente  só querendo melhorar os meus conhecimentos linguísticos, acabou ali o namoro!
 
Agora com a  construção da Marina, «roubaram» ao Mar umas centenas de metros como se pode ver nas fotos, depois queixam-se que o Mar é agressivo, que vai onde não deve etc. etc. Não sou contra o progresso, desde que este respeite a natureza, e no caso concreto do Mar, então ainda com mais propriedade pois quando se chateia, ninguém o pára!