segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

"CONVERSAS FIADAS"




Vejam bem, como as aparências ás vezes enganam, um gajo pede uma audiência a um qualquer borra-botas, e espera e desespera até que esse suposto importante o receba, normalmente gente ligada aos impostos já se vê, porque com os outros não queremos conversa, daqueles é que não escapamos, e isso obriga-nos muitas vezes a dirigir-mo-nos a suas excelências porque detectamos um erro na declaração dos impostos e levaram-nos mais dinheiro que aquilo que devíamos pagar, mas isto é outra conversa, era só para ver-mos as diferenças de tratamento nas diversas instâncias, ontem escrevi no Facebook que iria pedir uma audiência ao S. Pedro, por causa das chuvadas que tenho levado no coirão, e foi assim!





Estava eu rezando a todos os Santinhos para que a minha palhota não levantasse voo ontem á noite, por acaso, neste lote de Santos não estava incluído o S. Pedro, (digamos que estava de candeias ás avessas com ele pelos motivos que expliquei) quando ouço bater á porta, até me assustei, com a tempestade que fazia lá fora, só pode ser alguma desgraça, querem ver que voou alguma coisa daqui e atingiu algum transeunte? Foi o meu primeiro pensamento, abro a porta, e quem era? Exactamente o S. Pedro em carne e osso, aquelas barbas brancas e cajado na mão não enganavam, mandei-o entrar, vinha um bocado molhado, até me admirei, pensei que a chuva era todos para nós pecadores, mas não, olhou para mim muito sério, estendeu-me a mão, e a primeira coisa que disse foi, as minhas desculpas, fiquei de boca aberta, de tal maneira que ainda não a consegui fechar.






Explicou-me então a razão das sua visita, que tinha visto a minha reclamação no Facebook, e foi ver o meu processo, afinal chegou a conclusão que por causa dum arreliador erro informático, os meus pecados estavam a ser debitados em duplicado, que a minha ficha até estava limpa, e mais, tinha um saldo positivo de meia dúzia de pecados que podia ir descontando (sem abusar) que não me ia cobrar nada por isso, e que podia sair á vontade que a chuva não ia cair enquanto eu andasse nas minhas observações, que até gostava de algumas coisas que eu ia denunciando, pois até parece que anda tudo a dormir, ninguém vê os constantes atropelos á livre circulação do Cidadãos apeados, dito isto, mais uma bacalhauzada e foi embora, ainda lhe gritei que se ia molhar, mas nem olhou para trás!




Bem, embora me pareça que as contas dos meus pecados ainda não estejam correctas (tenho aqueles dois pecados para os quias ainda não tive a absolvição, e que são o "de guardar castidade" e o outro que também não é de se deitar fora, "cobiçar coisas alheias", mas pode ser que já estejam fora de prazo, e já não contem. Assim sendo apesar da previsão do temporal se estender pela Segunda Feira, mas com esta promessa do S Pedro que não me ia molhar mais uma vez, não me restava outra alternativa que não fosse ir dar á perna, e então foi assim; fui até á Capital, saí do comboio em Alcântara, Av. 24 de Julho, Av. Infante Santo, Estrela, Ruas Domingos Sequeira e Ferreira Borges, estou em Campo de Ourique,  Amoreiras, e agora é sempre a descer.





Marquês de Pombal (ás vezes sinto a tua falta) daqui até á Baixa foi só colocar o carro em ponto morto, nem gastei gasolina, e não é que não choveu mesmo? Já sabia que o Homem era de palavra, mas um engano qualquer um tem, fui descendo até ao Cais do Sodré. E daqui até ao Terreiro do Paço é o fim da macacada com os lagos nos passeios, um gajo tem de andar de calça arregaçada, caso contrário fica com os presuntos cheios de água, como disse não ouve chuva, como não choveu quase em toda a noite, vejam nas fotos que falam por si, obras feitas há menos de um ano, não há escoamento, e estas aves raras que deveriam ver, e solocionar, voaram para outras paragens, e a «gruta» do Terreiro do Paço lá continua, há espera do primeiro a cair lá dentro, mas que grandes encomendas haviam de arranjar para nos sacar a massa e cag.. em nós!

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.