Ir para a além da Troika, foi a cartilha que o actual Governo leu, e levou á prática, o resultado está á vista, era bom que fosse ouvindo o que muitas autoridades em matéria de economia vão dizendo, como o que aqui se manifesta contra esta austeridade que nos está a enterrar cada vez mais!
O economista Paul de Grauwe entende que
Portugal cometeu o "erro" de ser o melhor aluno da 'troika'.
"O governo português fez o grande erro de tentar ser o
melhor da turma no concurso de beleza da austeridade. Não havia razão para
Portugal fazer isso, podia não ser o melhor da turma, podia ser mesmo o pior e
isso seria melhor para economia", considerou em entrevista à Lusa o
economista belga, para quem Portugal tinha de levar a cabo medidas para reduzir
a despesa, mas ao longo de mais anos, de modo a suavizar o impacto económico.
Até economistas do Fundo Monetário Internacional (FMI), afirmou,
já perceberam que não é possível "fazer a austeridade toda ao mesmo
tempo", enquanto na Europa os líderes continuam imutáveis.
Dívida? "Algo tem de ser feito"
O economista considera ainda que Portugal não deverá conseguir
fugir a uma reestruturação da dívida e que não é masoquismo os portugueses
discutirem este tema, mas continuarem a punir-se a si mesmos com mais
austeridade.
"Portugal tem tanta austeridade que a dívida se tornou
insustentável, algo tem de ser feito. Não acho que consiga sair do problema
hoje sem uma reestruturação da dívida", disse em entrevista à Lusa o
economista belga e professor na London School of Economics, que considerou que
o Presidente da República, Cavaco Silva, está a "fechar os olhos à
realidade" quando considerou que é "masoquismo" dizer que a
dívida portuguesa não é sustentável.
"Claro que se deve falar disso. Estão a transferir receitas
para os estrangeiros, que sentido faz isso?", questionou o economista,
para quem é "quase masoquista" os portugueses "punirem-se a si
mesmos".
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