sábado, 16 de novembro de 2013

CAMINHADO, OBSERVANDO E RECORDANDO!

Como já é habitual lá fui dar á perna noite escura, hoje ainda mais cedo que nos dias anteriores, ás seis lá fui eu encosta abaixo direito a Porto Salvo, Leião e até aqui tudo bem, só que entre esta última localidade e Leceia não há iluminação exterior, nem tão pouco passeios para Peões, e àquela hora andam alguns aceleras que passam por mim a soprar-me nas calças, mas enfim consegui chegar inteiro a Leceia, daqui até Vila Fria a meta de final da caminhada havia iluminação Publica, os candeeiros lá estão, á uns Meses foram desligados 50% destes, como se explica no folheto que afixaram nos desligados, para poupar, não discordo da ideia, até porque não há muitos malucos como eu a aventurarem-se por ali onde os passeios também não existem, o problema é que agora em vez de um aceso, um apagado, estão vários seguidos apagados e não se vê a ponta dum corno.

Mas por falar em iluminação Pública, como já escrevi noutra ocasião, fui durante alguns anos o reparador desta iluminação no Concelho de Oeiras, e ainda algumas Localidades do Concelho de Sintra como o Cacém, e Queluz e no que é hoje o Concelho da Amadora até á Presa próximo da Pontinha, para executar esse trabalho tinha um ajudante, um Rapaz Cabo-Verdiano, que me saiu na rifa, já trabalhava na firma quando eu para lá fui, embora na margem Sul do Tejo, até fiquei satisfeito com a aquisição, pois já tinha umas luzes no trabalho que íamos fazer, afinal com o andar da carruagem vi que me tinha enganado, mas não é isso que importa agora, o que me veio á memória hoje que falo de iluminação foi um acontecimento passado com esse melro.

O serviço era assim, recebia em Oeiras no despacho da C.R.G.E (actual E.D.P.) os trabalhos que havia nesse dia, ao receber o serviço já sabia o que eram avarias, ou lâmpadas partidas, pois havia zonas que eram favas contadas, acabava de colocar lâmpadas e os Rapazes iam atrás para as partir, nesse dia uma das avarias era junto á Escola Primária da Fonte de Maio em Paço de Arcos, no cruzamento da Av. Conde S. Januário, que vai para a Terrugem, quando cheguei ao local verifiquei que afinal não era avaria mas sim lâmpada partida, disse ao camarada Higino assim se chama ou chamava o melro para subir e substituir a lâmpada, nessa altura ainda não tinha chegado a viatura equipada com cesto hidráulico pelo que se subia numa escada que ficava assente no estrado da furgoneta Toyota Dyna, e a parte superior encostada ao poste de cimento que suportava o candeeiro.

Como o gajo era muito parado, ou talvez para ser mais correto eu ser bastante acelerado, especialmente se havia ainda muito trabalho para fazer, e também porque por norma os trabalhos eram feitos com a corrente ligada e o Rapaz era um bocado medroso, invariavelmente quando era ele a subir eu cá de baixo, qual treinador Jorge Jesus estava sempre a gritar-lhe para se despachar, nessa substituição de lâmpada, para além de lhe dizer para fazer o trabalho depressa, ainda lhe terei dito algum palavrão porque eu a segurar a escada para o gajo não cair, e ele a deixar-me cair os fragmentos da lâmpada partida no cocuruto, ainda eu não tinha soletrado o palavrão por completo já tinha o alicate universal na pinha!
 

Escusado será dizer que parecia a nascente do Alviela, só que em vez de água saía sangue em abundância, lancei uns impropérios, o gajo já não queria descer da escada com medo de levar algum murro, e eu ali feito parvo á espera que o menino descesse para ir fazer tratamento num Posto de Enfermagem, o que fiz a seguir, e depois levei o gajo para o escritório da Empresa em Alvalade, não trabalhou mais um minuto comigo, apesar de me garantir que foi acidente, ainda hoje estou convencido que foi propositado, talvez sem intenção de acertar na cabeça, esta recordação está hoje bem presente, pois levei mais uma carecada e cá está, a medalha que o gajo me deixou!

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