Na minha Juventude aventurei-me em muitas «caminhadas» umas mais sinuosas, outras nem tanto, e numa ocasião deu-me para versejar, ou melhor fiz umas quadras, mas a coisa saiu de tal maneira que ia sendo o fim do Mundo em Vila Verde, ainda hoje os mais antigos me falam nessa epopeia que acabou mal, mas a verdade é que foi remédio Santo, acabou ali a minha tentativa de chegar a Poeta, agora quem tem veia para isso é o meu Amigo Agostinho, ainda hoje me leu uns versos que me parecem de valor sendo eu um leigo na matéria, e como gostei, aqui ficam uns que me tocam pessoalmente, falam em Marinheiros (que fui) e Fados que gosto, então aqui vão.
Lisboa, o Tejo e o Fado
Com o fado mata o desejo
De poderem o mar abraçar
Mar de navegadores
Que levastes conquistadoresPara as terras de além mar
Na alma de um marinheiro
De espirito aventureiro
Andou o fado embarcado
Nas caravelas do Gama deram-lhe presente de famaE em todo o Mundo é cantado
O fado passou um dia
Pelas ruas da Mouraria
E ficou admirado
Viu poetas e ardinas
Juntos a cantar o fadoCom a sua alma em brasa
Tudo na mente lhe passa
No ardor da sua féViu nuvens no céu passar
E para uma Igreja foi rezar
Lá para os lados da Sé
Pelas ruas a vaguear
Com uma guitarra a tocar
Suas magoas e paixões
Um poeta foi encontrarQue poesia estaria a cantar
E que se chamava Camões
Passou depois por Belém
E o Tejo viu também
Que ele estava agitado
Eram as caravelas do Gama
Todas cobertas de lama
Que da India tinham chegado
Amália levou o fado
Pra lá da eternidade
O destino os dois juntou
Há guitarras a chorar
Lágrimas para o Povo enxugar
Porque sua voz se calou
Mas quem nasceu para o fado
E o traz na alma gravado
Não lhe fica nada mal
O fado quem o fez
Foi o Povo Português
E é património Mundial
Agostinho Correia
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